Atividades a distância no Colégio São Luís 

Ambiente virtual, atividades diversificadas e colaboração são as estratégias para o período sem as aulas presenciais

Com o surgimento e a rápida propagação do Covid-19 pelo mundo, os países precisaram tomar medidas restritivas para conter a disseminação do novo Coronavírus entre a população. Em março, os governantes decidiram pelo fechamento de shoppings, restaurantes, comércio etc. nos estados brasileiros. Além desses setores, as instituições educativas também precisaram interromper as aulas presenciais. Com isso, as escolas tiveram que se adaptar a uma nova realidade: propor atividades a distância. Na educação básica, os desafios deste cenário são inúmeros e exigem organização e planejamento.

Como obra educativa da Companhia de Jesus, o Colégio São Luís, em São Paulo, buscou responder aos desafios dessa nova realidade tendo como premissas a garantia do processo de aprendizagem dos estudantes e o contato entre eles e os professores. Com isso, as equipes acadêmicas estruturaram como seria vivenciado esse período. “Desde o início da pandemia, começamos os treinamentos com os professores para que elaborassem atividades a distância. A nosso favor, tínhamos o uso do Aplicativo do CSL pelas famílias e a utilização da ferramenta Microsoft Teams, ambiente virtual de colaboração e aprendizagem, utilizado pelos estudantes a partir do 6.º ano”, explica Renato Laurato, Diretor Acadêmico.

Atualmente, a modalidade de Educação a Distância (EAD) é reconhecida no Brasil para poucos níveis escolares e praticada principalmente no Ensino Superior. Segundo Sandra Vaiteka, Coordenadora do Segmento Ensino Fundamental II, no modelo EAD há grande quantidade de leituras e atividades que os alunos devem realizar, além de alguns encontros presenciais. “No ensino a distância, os alunos precisam de disciplina e autonomia. É importante ressaltar que, no Colégio São Luís, não estamos realizando um modelo EAD, como o que está posto para o Ensino Superior, mas sim, uma adequação metodológica para que nossa escola siga cumprindo seu papel e sua missão junto aos estudantes e suas famílias”, afirma Vaiteka.

No ambiente virtual, as atividades precisam ser ainda mais dinâmicas para envolver o aluno. “O tempo no mundo digital é diferente, ele tem uma outra proporção. Nós mantivemos o tempo de aula e o que marca isso para o aluno é a grade, o aluno continua tendo uma grade de estudo, de trabalho. Nossa equipe redimensionou as atividades para que tenham sentido nesses 45/50 minutos. Então, são atividades diversificadas, ou seja, a gente não tem só o professor falando ou expondo um conteúdo, mas ele tem atividades, como exercícios on-line, participação em questionários, exibição de vídeos, interações em chats, dentre outras iniciativas”, aponta o Diretor Acadêmico.


No Ensino Fundamental II e Médio, as informações e orientações sobre atividades e tarefas ficam disponíveis via Teams. “A ferramenta já era um meio de trabalho conhecido dos alunos desde o início do ano. Docentes e estudantes dominavam parte da ferramenta, mas nem todos tinham conhecimento de todos os recursos disponíveis. Os professores, para abraçar outras formas de ministrar suas aulas, estavam abertos para aprender e dispostos ao ‘novo’, concebendo a importância da continuidade da relação de ensino e aprendizagem. O desenvolvimento dos professores nesse ambiente virtual partiu daqui e a rapidez na resposta dos profissionais foi surpreendente”, ressalta Vaiteka.

Assim, os conteúdos e as dinâmicas foram adaptados de acordo com os segmentos e as faixas etárias. No Ensino Infantil e Fundamental I, as famílias têm acesso aos conteúdos e roteiros de atividades via aplicativo. “Às sextas-feiras, os professores disponibilizam as atividades de aprendizagem a serem realizadas em casa na semana seguinte. Eles se dedicam à elaboração de roteiros adequados a cada faixa etária, utilizando, sempre que possível, atividades lúdicas e práticas. Quanto menores os alunos, mais dependentes eles são dos adultos para que as atividades aconteçam. Os docentes estão gravando vídeos de acolhimento e de explicações para a realização das atividades, com o objetivo de motivar e envolver os alunos. Além disso, na segunda semana de abril, os professores começaram a fazer encontros virtuais com as turmas. Agora, gradativamente, estamos implantando também os recursos do Microsoft Teams para que os alunos tenham aulas on-line nos 3.º, 4.º e 5.º anos”, conta Laurato.

A diversidade das atividades é um dos pontos importantes dentro do planejamento pedagógico do CSL. Segundo Laurato, “sem essa diversidade dificilmente o aluno vai conseguir se manter atento, ativo, produzindo. Isto é um desafio e uma pauta constante nas reuniões e formações de professores: como manter a atenção do aluno e continuar estimulando sua produção?”.

No Ensino Médio Noturno, os estudantes também utilizam o Teams via computador ou celular para realização dos trabalhos, pesquisas, participação nos plantões de dúvidas ou aulas presenciais. “Nossa equipe de professores e orientadores está atenta aos alunos e tem procurado algumas alternativas para auxiliar aqueles que precisam de algum suporte em relação aos conteúdos ou necessidades de recursos mínimos, necessários para este momento”, explica Fátima Aparecida Ribeiro, Coordenadora do Segmento Ensino Médio Noturno.

Segundo Ribeiro, apesar dos desafios, o corpo docente está vivenciando um contexto provocativo e estimulante. “Estamos avançando no conhecimento de novas tecnologias e na solidariedade, já que um colega auxilia o outro e isso se reflete no grupo todo, é muito perceptível e gratificante. Os professores estão adaptando os conteúdos ao ambiente digital, a partir de uma nova metodologia”, afirma.

Nesse contexto, o acompanhamento dos professores e orientadores educacionais mostra-se ainda mais importante. “O professor é o mediador do conhecimento e isso não se limita apenas ao pedagógico, mas também envolve o aspecto afetivo, de escuta, acolhimento. Os orientadores educacionais também estão acompanhando de perto as facilidades e dificuldades dos estudantes neste momento desafiante, com atenção àqueles que estão passando por dificuldades psicológicas e emocionais. Essas dificuldades e as descobertas desse caminhar estão sendo compartilhadas nas reuniões do corpo docente. Com isso percebe-se o crescimento, envolvimento, vontade de aprender e fazer bem feito o trabalho por parte de toda a equipe”, conta Ribeiro.

A Coordenadora do Segmento Ensino Fundamenta II acredita que o trabalho em equipe também é fundamental para superar as adversidades. “No Colégio São Luís, enfrentar com serenidade a demanda colocada pela pandemia foi possível por já existir uma estrutura acadêmica bastante robusta. O grupo de professores e os gestores vêm de um trabalho articulado, característica do CSL em muito corroborada pelo PEC (Projeto Educativo Comum), da Rede Jesuíta de Educação, que nos lembra da importância de uma gestão compartilhada, na qual os problemas e encaminhamentos são exaustivamente discutidos antes que as decisões sejam tomadas pelas instâncias devidas”, afirma Vaiteka.

Segundo ela, o envolvimento dos professores, o desejo de buscar as metodologias mais adequadas e o apoio de diferentes áreas do colégio, dentre elas a de Tecnologia Educacional, foram fatores determinantes para os resultados obtidos até aqui. “Os desafios são imensos, mas o desejo de seguir com as atividades da escola é maior. As equipes de fato abraçaram a proposta sem medir esforços. Como instituição jesuíta, seguimos firmes na missão que está posta para nossas escolas, num momento tão delicado para a humanidade”, afirma.

O Diretor Acadêmico do CSL acredita que o momento é de reflexão e uma oportunidade de trabalhar questões relacionadas à cidadania global. “Na perspectiva de uma pedagogia que respeita e que entende o que se passa no mundo, nós estamos em um momento de reflexão sobre o que está acontecendo e os impactos disso no mundo. A superação dessas dificuldades com certeza deixará boas sementes, deixará um entendimento melhor do como nos comunicamos, de como valorizamos os encontros presenciais, os encontros em sala de aula. É um momento de aprendizado para nós como escola e como sociedade”, finaliza Laurato.

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