Prof. Caio Bastos ressalta princípios da Educação financeira oferecida para crianças e jovens no Colégio Antônio Vieira

Prevista pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para inclusão nos currículos das escolas de todo o País, a educação financeira já faz parte do Projeto Pedagógico do Colégio Antônio Vieira. Integrante do corpo docente da instituição, o professor Caio Bastos, que é mestre em Matemática com foco em Educação Financeira, foi entrevistado sobre o tema pelo jornalista Fábio Bittencourt, do Grupo A TARDE. Confira a íntegra da entrevista, cujas respostas fundamentaram reportagem especial publicada no jornal impresso e portal A TARDE em 02 de agosto.

JORNAL A TARDE- Qual a importância da educação financeira na formação de jovens e o impacto da medida no longo prazo? Há um perigo envolvendo o “consumo exacerbado” na nossa sociedade atualmente que as crianças precisam saber lidar?

Prof. Caio Bastos – Na atual fase do capitalismo, o conhecimento, que sempre foi a referência na produção de mercadorias, é usado na produção de símbolos que servem como base de manipulação. Emoções e sensibilidades são exploradas e a subjetividade humana passa a ser alvo de campanhas que exploram a falta de conhecimento de matemática básica. Precisamos ficar atentos ao risco da naturalização do endividamento. Ao consumir, estamos inevitavelmente nutrindo segmentos produtivos (materiais e simbólicos) e nos constituindo enquanto consumidores-cidadãos, significando que o consumo é um território de disputa de constituição da realidade. É nesse cenário de disputa simbólica que o campo da educação tem importante papel formativo a desempenhar, e, no seu âmbito, o ensino da matemática configura-se como um vetor potente na produção de subjetividades autônomas e ativas para as relações econômicas, produtivas e de consumo. O ensino da matemática financeira crítica ganha urgência como meio de resistência às forças social e economicamente hegemônicas. Campanhas publicitárias focadas em resultados favoráveis aos objetivos de vendas usam artifícios, muitas vezes abusivos, para seduzir compradores, significando verdadeiras explorações da desinformação do público alvo. Ainda que o cidadão critique essa realidade, somente a compreensão do funcionamento desse modelo perverso pode possibilitar ações de consumo de maneira mais autônoma.

Essa é uma disciplina ou área do conhecimento que perpassa várias outras, não é?

No texto introdutório da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) está prevista a inclusão da educação financeira como um dos temas transversais nos currículos nacionais. Segundo o Ministério da Educação (MEC), temas transversais são temas que estão voltados para a compreensão e para a construção da realidade social e dos direitos e responsabilidades relacionados com a vida pessoal e coletiva e com a afirmação do princípio da participação política. Isso significa que devem ser trabalhados, de forma transversal, nas áreas e/ou disciplinas já existentes. 

Como esse tema é trabalhado no Colégio Antônio Vieira?

No Colégio Antônio Vieira, os alunos são envolvidos em projetos transdisciplinares e a educação financeira está presente em várias situações. Vale ressaltar que há uma diferença entre matemática financeira, que trabalha a parte operacional, e educação financeira, que visa a parte comportamental. Planejamentos e tomadas de decisões criteriosas e responsáveis fazem parte das nossas intenções formativas.

Tem dicas de jogos nessa área para filhos e pais brincarem juntos?

É comum encontrarmos simuladores na internet que podem ser usados no ambiente familiar promovendo momentos de prazer e crescimento. As opções são variadas tanto para fins de investimentos quantos para fins de consumo consciente.

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